terça-feira, 2 de outubro de 2012

A linguagem e os vagos pensamentos de uma comunicadora iniciante

     Hoje eu não vim falar de poesias, nem escrever versos, nem ao menos subjetivar palavras como expressão dos meus sentimentos. Hoje, quero comentar algo que me incomoda e que tenho pensado muito esses dias antes de falar sobre qualquer coisa: a minha linguagem, o meu modo de me expressar.
     Todos crescemos e assimilamos a cultura que nos rodeia, seja nas variações linguísticas como em inúmeros aspectos formadores do nosso caráter. Permita-me delimitar-me esse assunto apenas às variantes da nossa língua no quesito chamado de comunicação.
     É certo que, como comunicadores, precisamos escrever adequadamente, falar com uma linguagem de fácil compreensão à determinado público e buscar, antes de tudo, conhecimento e informação à cerca daquilo que iremos abordar. Esse é o requisito básico da arte de comunicar.
     Quando falo das variantes linguísticas, quero deixar bem claro que acho bastante inválida a questão de jornalistas televisivos locais terem que passar por sessões de fonoaudiologia exclusivamente para eliminarem sotaques e expressões da nossa região, simplesmente para adotar uma oralidade advinda do sul/sudeste do país. Acredito eu que não é necessário adquirir um padrão de linguagem para ter êxito na comunicação. É claro que deve haver uma formalidade e adequação da nossa língua, mas é completamente desnecessária a ideia de chamar, por exemplo, a macaxeira de mandioca ou aipim só pra mostrar "classe" ou que esse é o modo mais correto de falar. Tudo isso em um lugar onde as pessoas tem uma diversidade linguística imensa e que, ao meu ver, é muito rica e deveria ser explorada e usada como orgulho de suas raízes.
     Isso é ser poliglota na sua própria língua e não padronizar um tipo de linguagem em um país demasiadamente grande e com uma enorme variedade cultural de expressões linguísticas. Escrever textos pedantes e com palavras rebuscadas não é comunicar. As palavras estão aí para serem usadas com criatividade, sabedoria e veracidade, não como forma de exaltação pessoal em querer demonstrar ser o dominador e mestre por excelência da tão complexa língua portuguesa.

Thalita Céli.

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Rabiscos

Enquanto o tempo não passa eu escrevo meros textos. A semelhança deles para essa tal cronologia está na sua efemeridade. As palavras aqui escritas ou ditas não importarão mais amanhã, talvez não terão valor nem ao menos daqui há uma hora.
É a ansiedade o combustível dessas letras, é a vontade de não querer senti-la que resulta em um simples desejo de escrever esses rabiscos, outrora escritos ilegivelmente, em um bloquinho de anotações de uma estudante de jornalismo. 
Olho a minha volta e vejo muitos iguais a mim, correndo atrás daquilo que mais sonham na vida. Pessoas que vivem o agora de uma forma tão corriqueira que esse agora já se tornou um pretérito mais que imperfeito.
E eu registro este momento como uma foto intensa e antitética, como algo que vagarosamente passará.



Thalita Céli.

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Vãs poesias

Às vezes sinto que estou definhando... Gostaria de voltar ao velho hábito de escrever as minhas vãs poesias.
São as minhas palavras o meu consolo, a minha alegria... E é isso que me faz bem: juntar as letras que emanam da minha mente e chamá-las de minha poesia, meu pensamento.

Gosto dos meus simplórios versos e isso basta!


Thalita Céli.

terça-feira, 12 de junho de 2012

Dois olhos...

Calmos e pairados no nada deixam escapar a dor, o cansaço e a solidão. 
Esses lindos olhos arredondados demonstram  o quanto tudo é árduo, o quanto tudo é difícil.
Criam uma redoma para si, escondem-se nos seus mistérios. 
Ninguém consegue desvendar o preço das olheiras que os envolvem encobrindo o cintilante, a alegria, o sorriso que esse par de olhos pode dar.
Ocultam lágrimas não derramadas, sensibilidade não permitida. 
Olhos que preferem não responder a razão. 
Dois lindos olhos que não conseguem enxergar o valor que têm... 
A vida, o tempo, as obrigações os fizeram olhar apenas para o que é sólido, sem tempo para o substancial, o essencial. 
Dois olhos pairados no nada e eu, ao observá-los, senti sua dor, seu cansaço, sua solidão. 
Olhos dos quais sou, em parte, dependente e eternamente grata por carregar nos meus olhos seus genes.
Esses dois olhos continuam a me ensinar e sempre serão o motivo do que hoje eu sou.


Thalita Céli.

A lista das coisas que preciso:



Preciso de doses de metáforas, hipérboles, paradoxos, criatividade, neologismos...
Preciso de novos significados, novas palavras.
Preciso de uma "Ultima Crônica" como a de Fernando Sabino.
Preciso rir como o poeta que riu de todos e por alguns segundos foi feliz.
Preciso da ousadia do digníssimo Machado.
Preciso de muitos Suspiros poéticos e Saudades.
Preciso falar da véspera do Escarro.
Preciso de um Soneto de Fidelidade.
Preciso do romantismo de Alencar.
Preciso das metáforas insólitas de Lispector.
Preciso do plano da imaginação de Nelson Rodrigues.
Preciso da Morte e Vida Severina.
Preciso dos Pronominais de Oswald de Andrade.
Preciso ir-me embora pra Pasárgada.

Thalita Céli

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Meia Década ao seu lado:


Por que não dizer 5 anos? Porque 5 anos são apenas 5 anos, passam rápido, contam-se nos dedos da mão. Já meia década hiperboliza todo e qualquer tempo, sentimento e afeto. Não é exagero, é simplesmente a intensidade com que amo você e que prometo passar o resto de minha vida ao seu lado. Não quero um que seja infinito enquanto dure, mas que dure o infinito!!
Isso é o pouco do que posso expressar diante de tão grande amor que sinto, mas o suficiente para tudo o que iremos enfrentar por mais anos e anos juntos.






♥ Thalita e Rodrigo ♥

terça-feira, 27 de março de 2012

O nascimento das coisas que eu escrevo:


      Loucura? Alta madrugada, não consigo dormir e vem aquela vontade louca de escrever, seja coisa boa ou ruim, é algo que doma meu sono. Não importa o quanto estou cansada. Eu fico brigando com meu cérebro para não pensar em nada e já pensando, começo a formular um texto muito louco. Na mesma hora a vontade é de levantar e anotar porque sei que vou me esquecer depois que dormir... E penso: são 4:00 hrs da manhã e às 6:00 eu tenho que acordar, portanto, não vou me levantar para escrevê-lo e não perder mais o tempo que resta do meu sono. Paro e digo para mim: vou dormir, preciso dormir! Na maioria das vezes só consigo pegar no sono após levantar e anotar o texto que está perturbando minha mente, doidinho para ser escrito como um bebê que necessita ser amamentado, não há como ignorá-lo. Esta é a mais complexa Comunicação Intrapessoal que ocorre nas noites em que mais preciso dormir, na qual saem meus melhores textos. O pior é quando necessito escrever um belo texto a qualquer hora do dia, nada flui, exceto nesses momentos de loucura...



domingo, 18 de março de 2012

Formatação


Já que me meti a cronicar, aqui vem mais uma simples e pequena. Vamos ver o que saiu desta vez...



Tivemos nas primeiras aulas de informática da faculdade, atividades sobre formatação de textos no programa do Word. Vi muita gente chiar e reclamar do quanto é chato decorar regras e aprender a mexer de verdade em algo que antes era usado de qualquer jeito. Daí você me pergunta: Sim, o que essas aulinhas têm a ver com isso que você chamou de crônica? Se isso te encoraja a ler o resto do texto, digo: continue a ler e verá. Se não, paciência... Formatar é algo que nem todo mundo sabe fazer e finge não precisar.
Numa noite fiquei pensando até pegar no sono: Como formatar nossas vidas? Assim como para fazer uma boa monografia tem toda aquela formatação com as regras ABNT, a nossa sociedade também exige um padrão de formatação das nossas vidas. Sendo que o padrão que nos é incutido para se viver bem e ser feliz, é demasiadamente impregnado em nossas mentes que nem chiamos em vivê-lo. Simplesmente, seguimos a tendência da nova moda formatando a antiga e achamos que demos um “up” em nós mesmos. Pobre engano nosso! (E como é pobre, chama-se até de pobreza de espírito.)
A verdadeira formatação não consiste em seguir o “bom senso”, em ser sempre o bonzinho, o que agrada a todos, o que encara a vida como um parque de diversões, em ser o jovem revolucionário, em ter bastante dinheiro para esbanjar, em ser o roqueiro, o hippie, o pagodeiro, o politicamente correto, o do contra, o bem visto. Formatar-se é olhar para si e excluir certos “spams” que não condizem com o seu caráter; filtrar o melhor modo de viver sem ser aquele do tipo que “ah, todo mundo faz, eu vou fazer também”.
Resumindo e sem mais arrodeios: formatar-se é passar por um processo de reciclagem moral, onde poucos têm coragem de fazer a sua própria coleta seletiva.


Thalita Céli.

sábado, 28 de janeiro de 2012

O ócio


Não tenho muito que falar do ócio, aliás, nem sei o porque de estar escrevendo sobre isso. Só sei que é justamente o que sinto depois de nadar bastante e morrer na praia, de correr em busca de um sonho e não conseguir. Coisas da vida. Não quero parecer triste, nem melancólica e nem muito menos uma perdedora ao falar da ociosidade. Quero simplesmente falar por falar, escrever algo para mim mesma com algumas palavras introspectivamente egocêntricas.
Quando falo do ócio é de se escutar logo um: Ah, vai arrumar o que fazer! Ou um: Tá com a vida boa! Mas esse ócio não é ficar sem fazer nada como uma pessoa que desiste, e sim, não saber o que fazer e nem pra onde ir. Um momento de pausa, de localização e de ver meios para continuar tentando, lutando.
É uma ociosidade acompanhada de ansiedade. Lembro-me de um trecho de uma música que diz que é como pressentir uma saudade de um tempo que ainda não passou. É como se atrasasse um relógio pra tentar acalmar a minha pressa. É seguido também de um receio em tomar atitudes precipitadas, deixando-me assim, imóvel. Sente-se uma angústia, que não é causada por uma perda ou por não ter conseguido o que queria, é por querer agir sem saber. É dar um tiro no escuro.
Não quero esse ócio, nem nunca o pedi pra sentir e viver, porém, foi o que me restou para este momento, para o agora.

Thalita Céli.