sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Minha Epifania


     Hoje, na aula de literatura, o professor me perguntou se eu já tive uma epifania. Automaticamente me lembrei de um episódio único que aconteceu comigo há pouco mais de um ano. Vou contar.


     Estava ainda no ultimo ano do colegial quando no intevalo entre as aulas vejo uma linda borboleta. Minha mente foi brilhantemente iluminada por tanta beleza e fragilidade em um simples ato de polinização. Naquele exato momento, comparei a simples borboleta com as palavras. Descobri, então, que as palavras são parte de mim e que vou viver o resto da minha vida em harmonia com elas. Enfim, soube que fui atraída pela escrita.
     E você pensa: O que tem haver a borboleta com as palavras? E que loucura é essa de epifania?
     Bem, apesar de esta borboleta para muitos significar apenas um bicho pequeno e de pouco valor, para mim trouxe o mais belo exemplo de liberdade. Ao lhe observar, pude deixar-me tocar a alma, e é por mostrar ser frágil que ela se torna forte e penetrante, assim também como as palavras. As palavras deixam-se encantar na mão dos poetas, mas essa entrega só ocorre porque os poetas as amam. Assim também a borboleta ao encontrar-se com o néctar se amam com infinda reciprocidade em um processo chamado polinização. Eis que surge a poesia, os mais belos textos e grandes autores.
     Este ato de entrega fervilhou dentro de mim. E diante desta descoberta que chamo de epifania, quis ser como o néctar e deixar-me polinizar pelas palavras. O fato me deixou grandemente maravilhada que escrevi sobre o ocorrido em um post lá atrás chamado: Meras palavras e simples borboletas. 
     Cada dia que se passa anseio mais ainda em escrever. Esta é a minha entrega.


Thalita Céli.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Aquela Flor...


      Aquela flor que você me deu foi a melhor de todas as flores, mais bela do que qualquer jardim extravagante que existe nesse mundo...
      Aquela flor que a árvore não queria mais, aquela jogada fora, aquela rejeitada, ao chão, levada, pisada... Você a pegou com todo carinho do mundo e fez dela um objeto valiosíssimo, indo do concreto ao abstrato em um simples gesto de oferta.
     Aquela pobre flor. Tão simples e tão viva. Paradoxo que jamais vou compreender.
     Linda flor, que romantismo nenhum, poesia nenhuma declama seu efeito sobre ela. As palavras de grande esplendor jamais poderão traduzir o seu significado...
     Era aquela flor, tudo mudara...
     De fato, não voltamos para casa com sentimentos vagos.

Thalita Céli.