Hoje eu não vim falar de poesias, nem escrever versos, nem ao menos subjetivar palavras como expressão dos meus sentimentos. Hoje, quero comentar algo que me incomoda e que tenho pensado muito esses dias antes de falar sobre qualquer coisa: a minha linguagem, o meu modo de me expressar.
Todos crescemos e assimilamos a cultura que nos rodeia, seja nas variações linguísticas como em inúmeros aspectos formadores do nosso caráter. Permita-me delimitar-me esse assunto apenas às variantes da nossa língua no quesito chamado de comunicação.
É certo que, como comunicadores, precisamos escrever adequadamente, falar com uma linguagem de fácil compreensão à determinado público e buscar, antes de tudo, conhecimento e informação à cerca daquilo que iremos abordar. Esse é o requisito básico da arte de comunicar.
Quando falo das variantes linguísticas, quero deixar bem claro que acho bastante inválida a questão de jornalistas televisivos locais terem que passar por sessões de fonoaudiologia exclusivamente para eliminarem sotaques e expressões da nossa região, simplesmente para adotar uma oralidade advinda do sul/sudeste do país. Acredito eu que não é necessário adquirir um padrão de linguagem para ter êxito na comunicação. É claro que deve haver uma formalidade e adequação da nossa língua, mas é completamente desnecessária a ideia de chamar, por exemplo, a macaxeira de mandioca ou aipim só pra mostrar "classe" ou que esse é o modo mais correto de falar. Tudo isso em um lugar onde as pessoas tem uma diversidade linguística imensa e que, ao meu ver, é muito rica e deveria ser explorada e usada como orgulho de suas raízes.
Isso é ser poliglota na sua própria língua e não padronizar um tipo de linguagem em um país demasiadamente grande e com uma enorme variedade cultural de expressões linguísticas. Escrever textos pedantes e com palavras rebuscadas não é comunicar. As palavras estão aí para serem usadas com criatividade, sabedoria e veracidade, não como forma de exaltação pessoal em querer demonstrar ser o dominador e mestre por excelência da tão complexa língua portuguesa.
Thalita Céli.
Thalita Céli.