Não tenho muito que falar do ócio, aliás, nem sei o porque
de estar escrevendo sobre isso. Só sei que é justamente o que sinto depois de
nadar bastante e morrer na praia, de correr em busca de um sonho e não
conseguir. Coisas da vida. Não quero parecer triste, nem melancólica e nem
muito menos uma perdedora ao falar da ociosidade. Quero simplesmente falar por
falar, escrever algo para mim mesma com algumas palavras introspectivamente
egocêntricas.
Quando falo do ócio é de se escutar logo um: Ah, vai arrumar
o que fazer! Ou um: Tá com a vida boa! Mas esse ócio não é ficar sem fazer nada
como uma pessoa que desiste, e sim, não saber o que fazer e nem pra onde ir. Um
momento de pausa, de localização e de ver meios para continuar tentando,
lutando.
É uma ociosidade acompanhada de ansiedade. Lembro-me de um
trecho de uma música que diz que é como pressentir uma saudade de um tempo que
ainda não passou. É como se atrasasse um relógio pra tentar acalmar a minha
pressa. É seguido também de um receio em tomar atitudes precipitadas,
deixando-me assim, imóvel. Sente-se uma angústia, que não é causada por uma
perda ou por não ter conseguido o que queria, é por querer agir sem saber. É
dar um tiro no escuro.